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Justiça aceita pedido de recuperação judicial de grupo agrícola do Maranhão

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Jean Cioffi, CEO e advogado da JRCLaw, fez palestra ontem (18) na AgroBalsas

O Grupo Agrícola Agrominuano, empreendimento familiar com longa tradição na produção de grãos, entrou com pedido de recuperação judicial na Justiça do Maranhão, alegando dificuldades financeiras causadas por uma série de fatores que afetaram sua receita nos últimos anos.

Com uma história que remonta às raízes rurais da família, que desde sua chegada a Balsas em 1980 tem o trabalho no campo como principal atividade de sustento, o Grupo Agrícola Agrominuano é reconhecido como pioneiro na região em diversas áreas da agricultura, como o cultivo de semente de soja e a adoção de inovações trazidas pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) para o cerrado brasileiro.

Em 2015/2016, a empresa passou por uma das maiores secas que já assolaram a região nordeste, o que levou a perdas significativas na safra de soja e milho. Em seguida, a instabilidade econômica do país, incluindo o aumento dos custos de insumos agrícolas e a variação cambial, aumentaram significativamente o endividamento da empresa.

Embora tenha buscado meios de se financiar e tomar crédito para se recuperar, o Grupo Agrícola Agrominuano ainda enfrentou novas perdas na safra 2017/2018, com excesso de chuvas que inviabilizaram a plena colheita e o posterior plantio de milho safrinha. Além das dificuldades econômicas e climáticas, os produtores rurais de todo o país também tiveram que lidar com a crise sanitária causada pelo COVID-19. A pandemia afetou o agronegócio diretamente, com a queda na demanda por produtos.

Jean Cioffi, CEO e advogado da JRCLaw, escritório responsável pela assessoria jurídica destaca que seu endividamento não se deu por má-gestão, mas sim por todas as difíceis circunstâncias mencionadas dos últimos anos e que recorreram a recuperação judicial como última alternativa para proteção dos ativos do Grupo e manutenção das atividades. Segundo ele, a lei protege as sociedades cuja dificuldade momentânea seja superável como é o caso. Douglas Duek da Quist Investimentos acrescenta que do ponto de vista financeiro e econômico a crise do grupo é superável desde que tenha oportunidade de negociar com seus credores em ambiente propício e organizado.

Duek e Cioffi ainda acrescentam que a queda no preço das comodities e especialmente da Soja contribuiu muito com a necessidade de reestruturação e que isso triplicou a procura por soluções de reestruturação. “Estamos confiantes de que a recuperação judicial permitirá reorganizar as finanças do grupo e permitir o soerguimento após esse período difícil”, afirmaram.

Segundo Cioffi e Duek, a recuperação judicial pode ser especialmente benéfica para empresas familiares do setor agrícola, que muitas vezes enfrentam dificuldades financeiras devido a fatores externos que não estão sob seu controle.

“Os produtores rurais são vítimas de uma série de fatores que afetam a produção e os preços dos produtos agrícolas. Mudanças climáticas, variações cambiais, flutuações de mercado e outras circunstâncias externas podem afetar significativamente a receita dessas empresas”, explica o advogado. “A recuperação judicial pode ser uma saída para essas empresas, permitindo que elas renegociem dívidas, reorganizem suas contas, paguem seus credores e voltem a crescer a longo prazo.” O Grupo Agrícola tem entre seus principais credores Cargill, John Deere, Banco Votorantim e Banco do Brasil.

(Assessoria de Imprensa)