
O anúncio marca um avanço concreto para cadeias de carne bovina verdadeiramente livres de desmatamento e conversão (Crédito Shutterstock)
Anúncio foi feito durante a COP 30, após auditoria independente
Um marco no comércio sustentável de commodities foi anunciado durante o Dia de Ação Florestal na COP 30, quando a MBRF, uma das maiores empresas de alimentos do mundo, confirmou o envio bem-sucedido do primeiro carregamento de carne bovina livre de desmatamento e conversão (vDCF) do Brasil para compradores chineses.
A confirmação veio após uma auditoria conduzida pela BDO — a mesma empresa que audita de forma independente todo o sistema de monitoramento da MBRF de acordo com o protocolo Boi na Linha e os critérios mínimos de vDCF desenvolvidos pelo WWF, TNC, WRI e Imaflora. O produto passa por rigoroso controle e rastreabilidade da origem ao abate, incluindo fornecedores diretos e indiretos, com monitoramento geoespacial diário. Isso garante que a carne bovina não provenha de áreas com desmatamento ou embargos, nem de locais que se sobreponham a áreas protegidas ou terras indígenas. O protocolo também garante a conformidade socioambiental.
Durante o anúncio, Paulo Pianez, Diretor Global de Sustentabilidade e Assuntos Corporativos da MBRF, afirmou: “Este carregamento demonstra que é perfeitamente possível fornecer carne bovina DCF com verificação independente. A MBRF já opera uma cadeia de suprimentos livre de desmatamento e conversão, auditada e com controles rigorosos sobre fornecedores diretos e indiretos. Ampliar essa agenda exige apoio aos produtores — não há produção sustentável se não for economicamente viável para eles. A confirmação deste carregamento para a China reforça a crescente importância da responsabilidade socioambiental e comprova que produção e conservação podem avançar juntas. Para ampliar essa prática, a rastreabilidade precisa se tornar uma política pública obrigatória, vinculada a incentivos.”
A iniciativa foi facilitada pelo WWF, que promoveu o diálogo e a colaboração técnica entre as partes interessadas na China e no Brasil. Ela comprovou como a sinalização do mercado é fundamental para alcançar os objetivos de conservação. Por meio do engajamento sistemático com empresas chinesas para obter compromissos e ações de fornecimento, além de promover padrões de comércio verde em consonância com a AFi (Accountability Framework initiative), os sinais do mercado fomentaram as respostas dos produtores e impulsionaram ações-chave neste caso. Isso reforça a importância da responsabilidade compartilhada na conquista de cadeias de suprimentos sustentáveis e destaca o papel do engajamento multissetorial e do mercado na ampliação de soluções climáticas confiáveis.
Lunyan Lu, CEO do WWF China, enfatizou: “Este é um esforço conjunto do WWF China, WWF Brasil e outros parceiros importantes. No marco de dez anos do Acordo de Paris, essa conquista inovadora anuncia um novo capítulo no desenvolvimento global de cadeias de suprimentos sustentáveis. Como resultado dos esforços conjuntos do WWF China e nossos parceiros, a China enviou um sinal positivo ao mercado brasileiro de que deseja produtos DCF (livres de desmatamento). Isso demonstra como as decisões concretas de mercado da China estão se tornando fatores cruciais para acelerar a transição global rumo a cadeias de suprimentos livres de desmatamento.”
“Há uma redistribuição de pólos de poder na política climática global e tanto o Brasil quanto a China estão ocupando um espaço importante de forma inovadora e consistente. Ao demonstrar interesse em apoiar cadeias de suprimentos livres de desmatamento e conversão, a China sinaliza para a agricultura brasileira que aqueles que adotarem os critérios e medidas de DCF terão vantagem na abertura de um mercado exigente, competitivo e de alta demanda”, afirma Mauricio Voivodic, Diretor Executivo do WWF-Brasil.
A auditoria, realizada em um carregamento enviado do Brasil para a China em maio deste ano, indica uma nova tendência no mercado, que busca produtos sustentáveis e responsáveis e valoriza cada vez mais as commodities DCF. A carne bovina DCF atende a um protocolo/critérios aos quais empresas com sistemas robustos de transparência podem comprovar a adesão, diferenciando-as daquelas que fazem alegações não verificadas e garantindo que a carne seja livre de desmatamento e conversão. Como a MBRF está implementando o DCF em toda a sua cadeia de suprimentos, este carregamento auditado deve ser o primeiro de muitos negócios DCF que virão.
Gao Guan, vice-presidente da Associação Chinesa de Carnes (CMA), afirmou que, na última década, a CMA e o WWF emitiram conjuntamente a Declaração de Desenvolvimento Sustentável da Carne na China e desenvolveram o padrão coletivo Especificações de Comércio Verde para a Indústria de Carnes, certificando um grupo de “Empresas Demonstrativas de Comércio Verde” e explorando caminhos para a transformação verde da cadeia de suprimentos. O embarque bem-sucedido da primeira carne bovina certificada como livre de desmatamento e conversão no Brasil representa um resultado tangível desses esforços, marcando uma transição para o comércio verde de carne na China, da defesa conceitual e do estabelecimento de padrões para uma nova fase de práticas verificáveis e rastreáveis.
Ao priorizar o fornecimento livre de desmatamento e conversão, empresas como a MBRF, tanto na ponta da oferta quanto da demanda, não estão apenas respondendo às mudanças regulatórias e às expectativas dos consumidores, mas também demonstrando que o desenvolvimento econômico e a integridade ambiental podem — e devem — avançar juntos no futuro da agricultura global. Isso também destaca a liderança conjunta da China e do Brasil na busca de soluções para o problema global crítico do desmatamento e da conversão.
Sobre o WWF
Desde sua fundação em 1961, o WWF tem se dedicado à proteção da natureza e seus recursos. Entendemos que a natureza é o maior patrimônio do nosso planeta, intrinsecamente ligada à sobrevivência humana — e que ela precisa da nossa ajuda. Nosso trabalho para reverter a perda da natureza e conservar a biodiversidade nunca foi tão urgente.
Como a principal organização de conservação do mundo — com escritórios em seis continentes e em quase 100 países e regiões — nosso alcance global inclui as florestas, sistemas fluviais, pântanos, savanas e habitats oceânicos mais importantes do mundo. Ao conservar esses locais e apoiar meios de subsistência sustentáveis neles, podemos manter a Terra em equilíbrio para as pessoas, a vida selvagem e o planeta.
Sobre a MBRF
A MBRF é uma das maiores empresas de alimentos do mundo, operando em 117 países com um portfólio multiprotéico que inclui carne bovina, suína e de aves, bem como produtos processados, refeições prontas para consumo e alimentos para animais de estimação. Com marcas fortes e icônicas como Sadia, Perdigão, Sadia Bassi, Perdigão Montana, Perdigão na Brasa, Qualy, Banvit e Paty, a empresa reúne 130.000 colaboradores em todo o mundo e produz cerca de 8 milhões de toneladas de alimentos por ano, atendendo a mais de 425.000 clientes e milhões de consumidores globalmente. A MBRF combina expertise, inovação e eficiência em uma plataforma totalmente integrada, guiada pela simplicidade, excelência e práticas sustentáveis. A empresa monitora as tendências e hábitos de consumo para oferecer o portfólio mais completo do mercado, com qualidade, competitividade e responsabilidade socioambiental.
(Rita Silva – Assessoria de Imprensa)



