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Porto de Itaqui, em São Luís, no Maranhão, recebe pesquisador internacional para falar sobre a Belt & Road Initiative (BRI) e infraestrutura da região

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Professor Paul Lee, da Universidade Zhejiang, na China, apresentou dados sobre os principais projetos de infraestrutura que compõem o BRI e a Nova Rota da Seda da China

Professor Paul Lee e Secretário José Reinaldo Tavares (SEDEPE) durante o segundo dia de evento. Foto: Danielle Vieira

 

São Luís (MA), 13 de julho de 2022 – Com foco nos principais projetos de infraestrutura para a construção de portos, ferrovias, rodovias e aeroportos dos países que hoje fazem parte do projeto Belt & Road Initiative (BRI), o governo do Maranhão abriu ontem o segundo dia do simpósio “As Potencialidades do Maranhão na Nova Rota da Seda da China: oportunidades de negócio e de desenvolvimento para o Brasil”, com mais uma palestra do professor Paul Lee, da Universidade Zhejiang, na China, e um dos idealizadores do estudo Strategic locations for logistics distributions centers along the Belt & Road, estudo que aponta a capital maranhense como um dos pontos estratégicos para a expansão da Nova Rota da Seda da China.

 

O evento é promovido pela Fundação Sousândrade em parceria com a SEDEPE/Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Programas Estratégicos do Governo do Maranhão, com patrocínio da FIEMA – Federação das Indústrias do Maranhão, além de Suzano, Equatorial Energia e Universidade Ceuma, com apoio da Gasmar – Companhia Maranhense de Gás e do Porto do Itaqui.

 

Além de destacar a importância que o projeto pode oferecer para a ampliação da conectividade marítima, diminuição de distâncias e maior retorno de investimentos para o Porto de Itaqui e para São Luís, Lee apresentou dados relacionados aos projetos de infraestrutura de alguns países do BRI, especialmente na Ásia e na África. De modo geral, o pesquisador falou sobre a revisão do planejamento de investimentos que vem sendo estudado pelo governo da China, para aumentar a taxa de capital de baixo risco e tornar o retorno de investimentos, que costuma ser de longo prazo, mais rápido.

 

De acordo com Lee, hoje, em um cenário pós-covid-19 e com alta de juros primários em todo o mundo, o número total de projetos BRI chega a 700, em 180 países. “Desse total, 142 projetos já foram finalizados e outros 250 ainda estão sob contrato, em fase de intenções, e outros 265 em construção”, afirmou. Ele disse, ainda, que dos 700 projetos BRI, cerca de 600 abrangem infraestrutura em portos, aeroportos, ferrovias e rodovias.

 

Durante sua palestra, Lee chamou a atenção sobre a importância da conectividade marítima para o Brasil e para São Luís, no Maranhão, cuja infraestrutura logística para as cadeias de suprimento da Nova Rota da Seda da China compreende o transporte ferroviário e sua ligação ao Porto de Itaqui, com três rotas marítimas conectando o Brasil a outros países.

 

Lee lembrou da importância da Cosco Shipping Lines para a integração marítima da China. A Cosco é um dos principais provedores mundiais de serviço de transporte integrado de containers, e possui navios de containers com alta capacidade em mais de 192 portos, em 64 países, e em cinco continentes. Ele ainda destacou a importância de temas como coordenação, inovação e economia verde para o projeto BRI. “Na China, todas as empresas participantes e as universidades precisam mostrar para o governo central projetos relacionados ao BRI e a economia verde”, aponta.

 

Segundo Lee, é preciso diminuir o tempo de viagem e os custos e taxas logísticos e o investimento portuário é uma saída para diversos países. “Este é o caso de vários países no continente africano, onde a infraestrutura portuária é sobrecarregada e muitos países da região subsaariana precisam criar saídas para o mar”, avalia. “Dos 110 projetos de investimentos de infraestrutura e transportes desenhados para a África, 29 já foram terminados”, completou.

 

Por fim, o pesquisador falou sobre alguns dos principais players chineses, como a indústria da construção e navegação e portos e modelos de investimentos (aquisições, PPPs e concessões). Ainda sobre a Cosco, Lee disse que desde 2013 a companhia já investiu em nove portos do projeto BRI, sendo que o primeiro deles foi concluído em 2017. Ele refletiu sobre o modelo que chamou de Porto Inteligente, onde a ideia “cidade/parque/porto” é contemplada nos investimentos de infraestrutura para o desenvolvimento de projetos na região portuária, com edifícios, parques e shopping centers. Ele também chamou a atenção para a importância de se considerar os vários atores envolvidos no projeto, como comunidades e trabalhadores.

 

Ted Lago, presidente do Porto de Itaqui, destacou a importância do estudo elaborado por Paul Lee para a América do Sul e, particularmente, para o Porto do Itaqui como um hub estratégico para a expansão da Rota da Seda. “O Brasil hoje já é um exportador importante de grãos e celulose para o mercado chinês. Com a inclusão do Maranhão na rota da seda, um canal de duas vias será possível: tanto a saída de commodities e, esperamos, produtos industrializados, quanto a entrada de produtos que possam atender nossa ‘hinterlândia’, ou seja, mais de sete estados brasileiros, com mais de 50 milhões de habitantes. Então, o governo do Maranhão está tomando a iniciativa de aproximação cada vez maior com o mercado asiático”, esclareceu Lago.

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Professor Paul Lee e Ted Lago, presidente do Porto de Itaqui, durante visita ao porto. Foto: Danielle Vieira
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Professor Paul Lee durante visita ao Porto de Itaqui, em São Luís (MA). Foto: Danielle Vieira
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Porto de Itaqui, em São Luís (MA). Foto: Danielle Vieira.

 

Outros destaques do evento

 

Domingos Reis, Gerente do Porto da Alumar, apresentou o porto privado pertencente ao consórcio formado pelas empresas Alcoa, Rio Tinto e South32, voltado para o escoamento da alumina produzida pela Alumar para os mercados internos e externos; com movimentação média de 15.300.000 ton/ano. “Trata-se de um Porto pequeno, mas extremamente moderno, produtivo e eficiente. Chegamos ao Maranhão em 1983 a partir da construção desse Porto, antecedendo todo o projeto da Alumar, que entrou em operação em 1984”, ressaltou Reis. Esse terminal privado está localizado ao sul da Emap Porto do Itaqui e opera com dois berços de atracação, sendo um deles exclusivo para receber bauxita e outro berço voltado para a exportação de alumina.

Também foram apresentados dois projetos de portos privados em implantação – Porto São Luís da Ligga e Terminal Portuário de Alcântara da empresa GPM; ambos em fase de licenciamento, e que vêm reforçar a forte vocação portuária do Maranhão, ainda mais necessária para fortalecer a entrada e a competitividade do estado na Nova Rota da Seda proposta pelo Prof. Paul Lee.

 

Thomaz Baker, Gerente Geral de Obras da Ligga — Projeto Porto São Luís elogiou a iniciativa da SEDEPE na promoção do Simpósio, e falou sobre o empreendimento a ser realizado em diversas fases e que deve ser concluído em sua totalidade em um prazo de 20 anos. Esse será um porto de granéis sólidos e carga geral; com a diferença competitiva de já possuir uma carga âncora oriunda do Pará, de outros projetos da Ligga na área de mineração.

 

Baker reforçou que a Ligga é uma empresa que está se formando e que nasce com a visão moderna de gerar valor para a sociedade, criando um novo pólo de desenvolvimento através da geração de milhares de empregos nos Estados do Pará e Maranhão. “A Ligga é uma empresa que conecta o presente ao futuro, com inovação e sustentabilidade. Nossa gestão é moderna, e com valores alinhados aos melhores conceitos de ESG (sigla em inglês para Meio Ambiente, Social e Governança)”, enfatizou Baker, que encerrou sua apresentação elencando os diversos projetos sociais realizados pela empresa e que vão muito além das contrapartidas sociais previstas em contrato.

 

O executivo lembrou, por exemplo, do curso de capacitação básica em empreendedorismo, voltado para o empoderamento de mulheres das comunidades do Cajueiro e Mãe Chica, que possuíam negócios informais ou desejavam empreender. De acordo com Baker, a Ligga também tem atuado em parceria com as Secretarias Estadual e Municipal de Saúde na oferta de diversas ações sociais nas comunidades vizinhas, incluindo consultas médicas e exames gratuitos, além da emissão de documentos para centenas de pessoas. “Além de todas essas ações sociais voltadas para a qualidade de vida e bem estar da comunidade, com a qual mantemos um diálogo profícuo e permanente através de reuniões com lideranças, também priorizamos um projeto de qualificação e formação de mão de obra em parceria com a FIEMA, SENAI-MA e SINDUSCON-MA”, comentou.

 

Paulo Salvador, sócio da Grão Pará Multimodal – GPM, apresentou o projeto conjunto em fase de implantação da Estrada de Ferro (EF-317) e do terminal para uso privado TUP Terminal Porto de Alcântara/TPA, que serão construídos em regiões estratégicas de escoamento. A Ferrovia EF-317 com 520 km de extensão vai ligar o TPA à cidade de Açailândia, no sul do Estado. O projeto é uma alternativa ao crescimento acelerado do agronegócio brasileiro previsto até 2030 e oferece condições privilegiadas para o escoamento da produção do agronegócio no Arco Norte.

 

Paulo Salvador destacou os diversos benefícios de competitividade desse projeto de logística integrada: “A grande possibilidade que será criada com a EF-317 é de que o transporte ferroviário para o Itaqui possa subir dos atuais 35% para 80%; e de que o Porto do Itaqui possa duplicar rapidamente a sua carga anual dos 31 milhões de toneladas em 2021, para 60 milhões de toneladas ano” enfatizou o sócio da GPM.

 

Sobre o Porto de Itaqui: o Porto do Arco Norte do Brasil

 

Estrategicamente localizado – próximo aos principais mercados mundiais -, o Porto do Itaqui possui moderna infraestrutura para movimentar granéis sólidos vegetais e minerais, líquidos, cargas gerais e contêineres. Líder no escoamento de grãos no Arco Norte do país, importante hub de combustíveis e um dos principais portos públicos brasileiros, o Porto do Itaqui movimentou em 2021, 31 milhões de toneladas de cargas. Somente de janeiro a junho de 2022 já foram registrados 15,2 milhões de toneladas.

 

O porto público do Maranhão está conectado ao restante do país pela Estrada de Ferro Carajás e pela Transnordestina, além de uma conexão indireta com a Ferrovia Norte-Sul, que se liga à Estrada de Ferro Carajás em Açailândia (MA). Pelo modal rodoviário a rota é pelas BRs 135 e 222. O Porto do Itaqui alcançou recentemente o primeiro lugar no Prêmio Portos + Brasil, do Ministério da Infraestrutura.

 

Com quádrupla certificação — ISO 27001 (Segurança da Informação), ISO 9001 (Qualidade) e ISO 14001 (Meio Ambiente) e ISO 45.001 (saúde e segurança do trabalho), a EMAP (Empresa Maranhense de Administração Portuária), gestora do Itaqui, está comprometida com a confidencialidade, a integridade e disponibilidade das informações, qualidade das entregas e responsabilidade socioambiental.

 

Responsável por cerca de 35% de todo o ICMS arrecadado no Maranhão, o Itaqui gera 16 mil empregos diretos e indiretos, alcançando grande relevância socioeconômica em toda a sua área de influência, que abrange 9 estados (MA, TO, PI, BA, MT, MS, PA, GO, DF).

 

Assessoria de Imprensa

Cris Moraes Comunicação Inteligente

Deborah Oliveira

deborah@crismoraes.com.br