Evento em São Paulo, nesta quinta-feira (26), ressalta a importância da ciência para demandas como inovação tecnológica, segurança alimentar e sustentabilidade no campo
A cerimônia de entrega do Prêmio Fundação Bunge 2024 será realizada nesta quinta-feira (26), no Iate Clube de Santos, em São Paulo, com destaque para quatro cientistas brasileiros e seus trabalhos relevantes em conectividade e rastreabilidade nas áreas de Ciências Agrárias e Aplicadas. A 64ª edição da premiação acompanha as demandas atuais do campo e traz trabalhos que auxiliam o cotidiano de trabalho com inovação tecnológica agro e segurança alimentar.
Durval Dourado Neto, Professor Titular da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq/USP), será agraciado na categoria Vida e Obra no tema “Desenvolvimento e uso de tecnologias e conectividade acessíveis para a sustentabilidade no campo”. Sua experiência envolve o uso de tecnologia para otimizar práticas agrícolas que promovam a sustentabilidade no campo.
O ponto de partida foi o trabalho “Conectividade no Meio Rural”, de 2018, encomendado pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA). Trata-se do primeiro estudo de abrangência nacional sobre o acesso à Internet no meio rural. Ele mostra a cobertura dos sinais 3G e 4G em todo o Brasil, o posicionamento de cada antena de transmissão de sinais e sua capacidade ociosa. É uma ferramenta de análise territorial que mostra a cobertura digital das áreas rurais e pode oferecer cenários diversos, conforme os dados inseridos no modelo e seu cruzamento com outras informações.
A pesquisadora Larissa Pereira Ribeiro Teodoro, da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, será agraciada na categoria Juventude, com pesquisadores de até 35 anos. Professora na UFMS, ela lidera projetos de pesquisa em fenotipagem de alta precisão e machine learning para aprimorar a produção de soja e milho no Cerrado.
Atualmente, coordena projetos de pesquisa na UFMS/CPCS utilizando Fenotipagem de Alta Precisão e Machine Learning aplicados ao melhoramento genético de soja, café e milho que garantem ganhos de produtividade no campo. A fenotipagem de alto rendimento é menos invasiva, uma vez que não é preciso colher plantas a campo, e permite processar e analisar um conjunto de amostras numerosas, fornecendo respostas rapidamente — o que é especialmente útil quando se trabalha com melhoramento.
Os sensores ajudam, por exemplo, a monitorar os diversos ciclos de desenvolvimento de uma cultura. Os modelos de inteligência identificam um talhão ou um grupo de amostras que teve um crescimento mais acelerado. Esses indivíduos vão servir de população base para a reprodução de plantas com as
mesmas características precoces. Dessa forma, pode-se acelerar os programas de melhoramento.
No tema “Rastreabilidade na produção de alimentos: segurança alimentar, capacitação e redução de assimetrias regionais”, Elisabete Aparecida de Nadai Fernandes, professora da Universidade de São Paulo, responsável pelo Laboratório de Radioisótopos do Centro de Energia Nuclear na Agricultura (CENA/USP), será agraciada na categoria Vida e Obra. Professora da USP, coordena projetos internacionais e recebeu prêmios por suas contribuições à metrologia e rastreabilidade na agropecuária, além de liderar iniciativas voltadas à transparência em cadeias produtivas.
Atualmente, um grupo de pesquisadores do CENA, sob a coordenação de Elisabete, trabalha em grande projeto reunindo as cadeias produtivas de soja, carne bovina e madeira. O objetivo é rastrear a origem do produto final, atestando que não vem de áreas de desmatamento. No caso das madeiras, os pesquisadores se dedicam, no momento, às análises e dados que vão compor o banco de dados das madeiras nobres da região.
No mesmo tema, Hiago Henrique Rocha Zanetoni, professor da Universidade Federal de Rondonópolis (UFR), receberá o prêmio na categoria Juventude. Ele é especialista em rastreabilidade agroalimentar com uso de blockchain. Engenheiro Agrícola e Ambiental e professor na UFR, explora como a tecnologia pode aumentar a transparência nas cadeias produtivas, beneficiando tanto consumidores quanto produtores.
Para as cadeias produtivas do agronegócio, a tecnologia possibilita, por exemplo, identificar o histórico de um item desde o início da produção até o consumidor final. Tomando como exemplo um alimento, cada etapa como cultivo, colheita, transporte, armazenamento, distribuição e chegada ao ponto de venda, pode ser registrada em um respectivo bloco do blockchain, permitindo que seja feito o rastreamento de todo o percurso.
Prêmio Fundação Bunge
O Prêmio Fundação Bunge tem como premissa que as indicações dos nomes dos cientistas sejam feitas por representantes das principais universidades e entidades científicas do país. Os currículos recebidos são avaliados por comissões técnicas independentes formadas por especialistas.
Mais de 200 personalidades brasileiras já foram agraciadas com o Prêmio Fundação Bunge. Entre eles estão Mariangela Hungria, Adalberto Luis Val, Silvio Crestana, Niro Higuchi, Erico Veríssimo, Hilda Hilst, Jorge Amado, Lygia Fagundes Telles, Manuel Bandeira, Rachel de Queiroz, Oscar Niemeyer, Carlos Chagas Filho, Gilberto Freyre, Paulo Freire, Celso Lafer e Fernando Abrucio.
Para saber mais acesse o site: fundacaobunge.org.br
A Fundação Bunge
A Fundação Bunge, entidade social da Bunge no Brasil, há quase 70 anos atua para gerar impactos positivos na sociedade em territórios e setores estratégicos para a Bunge, fomentando a diversidade com promoção dos direitos humanos por meio da inclusão produtiva e do estímulo à economia de baixo carbono, estimulando a ciência e a preservação da memória. A Fundação é o pilar social da Bunge, líder mundial no processamento de sementes oleaginosas e na produção e fornecimento de óleos e gorduras vegetais especiais, que tem como propósito conectar agricultores a consumidores para fornecer alimentos, nutrição animal e combustíveis essenciais para o mundo. Valorizamos nossas parcerias com os agricultores para melhorar a produtividade e a eficiência ambiental da agricultura em nossas cadeias de valor e para levar produtos de qualidade de onde eles crescem para onde são consumidos. Ao mesmo tempo, colaboramos com nossos clientes para pensar e criar o futuro dos alimentos, desenvolvendo soluções personalizadas e inovadoras para atender às necessidades e tendências alimentares em evolução em todas as partes do mundo. Site: fundacaobunge.org.br