O agronegócio sempre foi um ambiente representado majoritariamente pelos homens. Mas, mesmo com lenta evolução, cada vez mais as mulheres têm conquistado espaços no setor e na sociedade, aumentando o nível de competitividade no mercado de trabalho como um todo. A cada ano que se passa, não apenas temos mais mulheres como temos mais qualidade em mão-de-obra, pois é exatamente isso o que oferecemos.
A participação feminina no agro ainda é pequena, contudo, gradativamente tem crescido – atualmente, representamos cerca de 28% dos profissionais da área, com crescimento de 4 pontos percentuais desde 2004, segundo o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (CEPEA), da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, ligada à Universidade de São Paulo (ESALQ/USP). Essa mesma proporção é relatada na 8ª Pesquisa Hábitos do Produtor Rural, da Associação Brasileira de Marketing Rural e Agronegócio. Nesta pesquisa, 94% dos produtores rurais consultados (mais de 3 mil, de 15 estados) colocam a presença da mulher nos negócios como essencial.
Capacitadas, demonstramos a força feminina, contradizendo a ultrapassada ideia de que somos o sexo frágil. Movimentamos o país, cooperando com a evolução do setor produtivo, que representa mais de ¼ do Produto Interno Bruto (PIB) nacional, movimentando quase R$ 2 trilhões, exportando mais de R$ 500 bilhões e mantendo o Brasil como uma das maiores potências econômicas do mundo, mesmo em tempos de grandes desafios.
Podemos atrelar a crescente participação feminina no agro a alguns fatores, como a necessidade de administração mais detalhada, característica presente nas mulheres. A presença feminina no agro traz consigo visões de negócio inovadoras. Dessa forma, o agro pode se reconfigurar e passar por uma reestruturação geral, ganhando, como consequência, desenvolvimento ainda mais rápido deste setor vital para nossa economia.
É importante esclarecer que não há intenção de disputa, porém, sim, busca de iguais oportunidades para nós, não apenas por sermos mulheres, mas por sermos capacitadas. Assim, podemos compartilhar experiências e, o mais importante, agregar valor, não só para o agro, mas para a evolução da sociedade como um todo.
Há evidências dos pontos positivos da crescente participação da mulher no agro. Geralmente, as mulheres costumam ter alto nível de capacitação e, mesmo assim, recebem menos para realizar as mesmas atividades e ocupar as mesmas funções e responsabilidades. Dia após dia, essa situação tem mudado. Com isso, temos tendência crescente de evoluir enquanto sociedade.
Com a maior inclusão no agro, a adoção de novas tecnologias também aumenta. Fator vital para a consequente evolução na eficiência das atividades, levando à maior produtividade. Com o apoio da educação, profissionais femininas estão sempre atualizadas e cooperam para a quebra do processo de trabalho tradicional, realizado de forma mais braçal, algo que não cabe mais, dada a oferta tecnológica disponível.
A ligação de melhores resultados com a crescente presença feminina no agronegócio nos faz entender, de uma vez por todas, que o lugar da mulher é onde ela quiser e onde ela for capacitada para estar. Devemos abrir nossas cabeças e entender que a inclusão deve ser um mantra em todos os setores. Só assim alcançaremos um Brasil cada vez mais fortalecido e consciente.
Tenho orgulho de fazer parte da Coimma, líder no mercado de troncos e balanças para pecuária. Trata-se de uma empresa que tem o entendimento da importância de suas mulheres e que valoriza todas elas. Isso nos faz vestir a camisa com orgulho e lutar pelo melhor, utilizando todo o nosso potencial para a evolução não só da empresa, mas também do agronegócio, desenvolvendo insumos que cooperam com diversas atividades e o consequente resultado econômico das fazendas. (Texto Comunicação – SP).
*Por Daniela Dansieri de Almeida Prado, membro do Conselho de Administração da Coimma.