
Técnica permite até 40 bezerros por matriz ao ano e acelera em até dez vezes o ganho genético dos rebanhos de corte e leite, com retorno financeiro em menos de dois anos
A biotécnica de Fecundação In Vitro (FIV) Gemelar tem se consolidado como uma das inovações mais promissoras da pecuária moderna, oferecendo ganhos expressivos de produtividade e melhoramento genético em um tempo até dez vezes menor do que as técnicas convencionais de reprodução.
Segundo o doutor em produção animal Carlos Freitas, o método “permite maximizar o uso da fêmea, gerando de 30 a 40 produtos de uma mesma matriz por ano, dependendo do estoque de ovócitos disponível”. Enquanto a inseminação artificial tradicional resulta em apenas um bezerro por ano, a FIV gemelar multiplica exponencialmente a capacidade produtiva da vaca, otimizando tanto o rebanho de corte quanto o de leite.
Freitas explica que o sucesso da técnica depende de variáveis essenciais, como a qualidade genética dos doadores, o preparo das receptoras e o manejo nutricional e sanitário. “A receptora é um ponto-chave. O escore corporal e o manejo sem estresse são determinantes para garantir altas taxas de prenhez”, destaca o especialista.
Além de acelerar o melhoramento genético, a FIV gemelar contribui para a valorização da fêmea matriz, que passa a ter maior importância dentro do sistema produtivo por transmitir suas características superiores, como ganho de peso, maciez da carne e desempenho reprodutivo, a um número maior de descendentes.
Na prática, os números têm comprovado a eficiência da biotécnica. O pecuarista Sandro Mabel, que implementou o sistema em suas fazendas em Goiás, relatou índices de 58% de partos gemelares no primeiro ano e 71% no segundo em vacas Nelore e Guzonel. “Superamos nossas expectativas em relação à quantidade de bezerros nascidos e desmamados. Uso e recomendo a inovação gemelar nos rebanhos das minhas fazendas”, afirmou
Outro caso de sucesso é o da Fazenda Santo Antônio, em Ji-Paraná (RO), onde a técnica foi aplicada inicialmente em 120 vacas e, após resultados positivos, ampliada para 600 matrizes no ano seguinte. Segundo a pecuarista Maria Luiza Meneghel, “a técnica exige capricho e acompanhamento, mas o resultado final justifica o empenho”.
Em Vilhena (RO), o produtor Marcelo Lima de Freitas já colhe os frutos da terceira geração de partos gemelares em seu rebanho Angus e Brangus. “Adaptamos nosso sistema de cria e recria para a técnica gemelar e estamos muito satisfeitos com os resultados”, destacou.
Um mercado em expansão
De acordo com dados da Sociedade Brasileira de Tecnologia de Embriões (SBTE), o Brasil registrou em 2023 mais de 680 mil embriões produzidos in vitro, consolidando-se como líder mundial na aplicação da FIV. Estimativas apontam que as técnicas avançadas de reprodução, como a gemelar, já proporcionam ganhos produtivos de até 40% e retorno financeiro em menos de dois anos, dependendo da estrutura da fazenda e da qualidade genética do plantel.
O avanço da FIV gemelar reforça a tendência da pecuária de precisão, que alia tecnologia e manejo inteligente para aumentar a eficiência e a rentabilidade. “Hoje, o custo está mais acessível, há linhas de crédito específicas e mão de obra qualificada disponível. É uma ferramenta que democratiza o melhoramento genético e acelera o progresso da pecuária nacional”, conclui Dr. Carlos Freitas.
Carlos H. Freitas é Engenheiro agrônomo, Doutor em Produção Animal, especialista em Certificação de Carcaças pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), pecuarista e membro da Federação Americana de Carnes Premium. Contato: (11) 9 4445 9118 E-mail: cfparticipacoes@gmail.com
(Lucas Mantovani – Assessoria de Imprensa)