Evento abordou tecnologias e práticas que impulsionam a produtividade no setor pecuário
Nesta sexta-feira, 22 de novembro, ocorreu o Fórum Feicorte: Simpósio ReprodOeste com foco nos avanços da reprodução bovina. Especialistas e técnicos se reuniram para debater tecnologias e estratégias que impactam a eficiência reprodutiva e fortalecem a competitividade da pecuária.
As atividades tiveram início com a abertura do “2º Simpósio ReprodOeste: Impacto da Reprodução na Conta do Boi”, conduzido pelo engenheiro agrônomo, José Eduardo Creste e pelo professor da Unoeste, Carlos Sérgio Tiritan. Segundo os palestrantes, compreender o papel da reprodução é essencial para elevar a rentabilidade da produção bovina.
Creste destacou a relevância do evento para o setor pecuário, ressaltando o trabalho conduzido pela professora Caliê Castilho, da Unoeste, e seu grupo de estudos. “Hoje teremos uma programação muito interessante, com uma imersão completa ao longo do dia, focada na reprodução animal, especialmente no manejo das fêmeas. Esse debate traz pontos extremamente significativos para a pecuária, com impacto inclusive no cenário internacional”, afirmou Creste.
Ele destacou que a temática da reprodução é indispensável em qualquer fase do ciclo pecuário, seja em momentos de alta ou baixa do mercado. “Essa iniciativa é muito salutar e importante para o nosso país, mostrando que a discussão sobre eficiência reprodutiva deve ser constante”, reforçou o engenheiro.
Tiritan enfatizou a importância da feira para a região do Oeste Paulista. Ele destacou o papel do evento na formação de estudantes e no fortalecimento das conexões entre universidades, empresas e a comunidade local. “Quero enaltecer a grandeza da Feicorte e a relevância desse evento para a nossa região. Em especial, o ReprodOeste, que tem um papel fundamental ao valorizar a participação de alunos, professores e empresas. Isso contribui significativamente para a formação acadêmica e profissional e fomenta o crescimento e o desenvolvimento do Oeste Paulista”, afirmou.
O professor destacou ainda que iniciativas como essa não apenas ampliam as oportunidades de aprendizado, mas também ajudam a impulsionar a economia local, conectando o setor acadêmico às demandas do mercado.
Na sequência, a médica-veterinária e professora da Unoeste, Caliê Castilho apresentou a palestra “Biotécnicas como ferramenta para aumentar a eficiência reprodutiva em gado de corte”, destacando a importância da eficiência reprodutiva como ferramenta para a sustentabilidade na produção de leite e carne bovina no Brasil. Segundo a especialista, o país tem se consolidado como referência mundial na exportação de carne, enviando cerca de 25% da produção nacional para o mercado externo, mas ainda enfrenta desafios significativos em termos de índices reprodutivos.
“A produção sustentável de alimentos para uma população mundial crescente representa um desafio significativo para a sociedade. Embora o Brasil seja um exemplo global, muitas pessoas ainda desconhecem nossa relevância nesse cenário”, afirmou Caliê.
Para alcançar a meta da pecuária de corte, que é produzir um bezerro por vaca a cada ano, a professora enfatizou a necessidade de aprimorar a nutrição e o manejo reprodutivo, assim como investir em genética de qualidade. “Reprodução entra pela boca”, explicou, reforçando que o primeiro passo é garantir uma nutrição adequada e a sanidade dos animais antes de implementar práticas reprodutivas e genéticas.
Dando sequência às plenárias, a médica-veterinária e proprietária da Progest Biotecnologia Animal, Raquel Zanetti Puelker falou sobre o “Uso da PIVE em gado de corte comercial”. “O uso da PIVE (Produção In Vitro de Embriões) permite o melhoramento genético aliado a um planejamento eficiente, o que reduz a necessidade de recursos e aumenta a rentabilidade ao oferecer produtos de alta qualidade para mercados específicos”, explicou.
Ela detalhou as etapas do processo, que começam com a seleção das doadoras e a preparação das receptoras. “Após isso, realizamos a aspiração folicular (OPU), na qual os óvulos são coletados e enviados ao laboratório. Lá, passam pelas etapas de maturação, fertilização e cultivo. Os embriões podem ser transferidos a fresco ou congelados para uso futuro”, detalhou.
Raquel também compartilhou exemplos de trabalhos realizados com parceiros, mostrando na prática os resultados obtidos com a aplicação da técnica. Segundo ela, além de melhorar a eficiência na utilização de recursos, como mão de obra, a PIVE permite produzir animais geneticamente superiores, trazendo vantagens competitivas para os produtores de corte comercial.
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