Para assegurar a proteção e a sanidade dos cultivos agrícolas e evitar a introdução de pragas que possam comprometer a atividade agrícola do Estado, a Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Pará (Adepará) realizou, em 2022, um conjunto de medidas fitossanitárias e intensificou as ações de vigilância no trânsito agropecuário de produtos.
Há duas décadas contribuindo para o desenvolvimento do setor produtivo no Estado, o Serviço de Defesa Fitossanitário é responsável não apenas pela inspeção de lavouras, mas também pela elaboração de diretrizes de ação governamental na formulação da política pública de defesa fitossanitária.
Além disso, possui papel preponderante para a evolução do agronegócio, da agricultura familiar com a certificação de agroindústrias artesanais, assegurando qualidade dos produtos e subprodutos de origem vegetal, garantindo segurança alimentar, saúde pública, abertura de novos mercados e geração de emprego e renda nas diversas regiões do Estado.
Foto: DivulgaçãoA Adepará atua em todas as etapas das cadeias produtivas, realizando atividades de defesa e inspeção. Essa atuação se faz presente nos mais longínquos municípios do território paraense sempre com o objetivo de manter a competitividade dos produtos agrícolas produzidos pelo Estado para que possam ganhar outros mercados.
A Diretora de Defesa e Inspeção Vegetal da Adepará, engenheira agrônoma Lucionila Pimentel, ressalta a importância do trabalho desenvolvido pela Agência nos 144 municípios paraenses.
“O Serviço Estadual de Defesa Agropecuária, implementado há duas décadas, contribuiu grandemente para a evolução do agronegócio, da agricultura familiar e das commodities, com a criação dos Polos citrícolas e a manutenção do status sanitário de área livre do cancro cítrico, rastreabilidade na cadeia produtiva do Açaí e do Abacaxi, vigilância na prevenção de pragas dentro das principais cadeias produtivas de cultivos agrícolas paraense e a certificação da agroindústria artesanal de polpa de frutas, banana, castanha do Pará, farinha e demais derivados da mandioca”.
Foto: DivulgaçãoSegundo o anuário estatístico do estado do Pará , lançado pela Fundação Amazônia de Amparo a Estudos e Pesquisas (Fapespa) em 2022, o valor da produção dos produtos agrícolas bateu recorde de R$ 20,06 bilhões e os cultivos soja, abacaxi,mandioca, cacau, dendê, banana e pimenta do reino, receberam bastante atenção pela importância que representam para a agricultura paraense.
Atualmente, a Adepará conta com 175 empresas que atuam em atividades relacionadas a cadeia produtiva da mandioca registrada na Gerência de Inspeção de Produtos de Origem Vegetal. São 44 Casas de Farinha de Mandioca certificadas, 27 empresas que se dedicam a industrialização da farinha de tapioca, 28 que exploram goma de tapioca, 25 que produzem farofas diversas, 16 que fabricam tucupi, entre outros estabelecimentos com registro na Adepará que atuam na cadeia produtiva da mandioca. Em 2022, a Adepará concedeu 48 registros novos para empresas dessa atividade.
A Agência também tem atuado fortemente na regulamentação de estabelecimentos de origem vegetal. “Na certificação artesanal hoje nós estamos trabalhando com 331 estabelecimentos que produzem dentro de um protocolo higiênico sanitário estabelecido, então são produtos de qualidade, produtos com valor agregado, que estão no mercado e garantindo que essa categoria da agricultura familiar tenha visibilidade e coloque seu produto de maneira legal no mercado”.
De acordo com a Diretoria de Defesa e Inspeção vegetal, a área de classificação de produtos de origem vegetal em o objetivo de salvaguardar o interesse público, pois garante qualidade de um produto vegetal com base nos padrões oficiais e a oferta de alimentos saudáveis ao consumidor.
“Hoje, nós temos 72 empresas cadastradas na Adepará, das quais nós fazemos a classificação. Destas empresas, nós classificamos, cerca de 200 mil toneladas de produtos (arroz, feijão, trigo, castanha,entre outros), garantindo assim que eles cheguem nas prateleiras dos supermercados com qualidade, assegurando que o consumidor está adquirindo um produto de qualidade. Então, são várias atividades que a Agência presta para a sociedade, tanto na defesa do consumidor quanto contribuindo para esse crescimento do agronegócio paraense”, afirmou a diretora.
Foto: DivulgaçãoUma das grandes preocupações da Agência é evitar a entrada da monilíase do cacaueiro no território paraense e por isso tem fortalecido a vigilância, realizado cadastro de produtores e estreitando parcerias com estados da federação onde existem focos da doença. A praga já está presente no Acre e no Amazonas e para evitar sua disseminação, o governo do Pará, por meio da Adepará, tem sido parceiro do Acre nas atividades de combate à praga, que pode trazer graves prejuízos à cadeia produtiva do cacau, uma das mais representativas do Estado que gera emprego e renda para 30 mil agricultores no Pará.
Este ano, a diretora participou de ações naquele estado e levou todo o conhecimento técnico para ajudar na supressão dos focos em Cruzeiro do Sul e na elaboração de um projeto de educação fitossanitária. Por ser o maior produtor nacional de cacau, o Pará precisa manter protegido o território da entrada desta praga.
A Adepará também realizou ações fitossanitárias no sentido de manter a sanidade no território paraense para três pragas dos citros: Cancro Cítrico, Greening e Pinta Preta , doenças presentes em outras Unidades da Federação e que são consideradas uma ameaça constante aos Polos Citrícolas paraenses, localizados na região nordeste e no oeste do Estado.
Foto: DivulgaçãoOutro destaque da atuação da área vegetal foram as ações de defesa sanitária para prevenção e controle oficial da mosca das frutas, praga que causa maior prejuízo para a fruticultura nacional. São ações já realizadas há 15 anos e que ajudam a manter a área de dispersão da mosca da carambola na divisa do Pará com o Amapá. Por este desempenho, a Agência foi considerada pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) referência em ações de educação fitossanitária para essa praga na auditoria realizada em 2022.
“O programa estadual de combate a mosca da carambola é um programa de soberania nacional para a agricultura e a Adepará vem mantendo sob controle essa praga naquele local, permitindo que os nossos pólos citrícolas possam exportar com segurança seus produtos“, informou a diretora.
O Diretor Geral da Adepará, fiscal estadual agropecuário Jamir Macedo, comemora o resultado de mais um ano produtivo para a área vegetal da Agência.”A Adepará atua de maneira forte e diligente na manutenção da sanidade da produção agropecuária paraense. E, as ações realizadas pela Defesa e Inspeção Fitossanitária visam mitigar os riscos do ingresso de pragas que possam prejudicar a produção paraense. Além disso, atua na certificação e na regularização de estabelecimentos que processam produtos de origem vegetal com a emissão do selo artesanal vegetal. Esse trabalho favorece o aumento da produção, geração de emprego, geração de renda e a verticalização da produção no Estado”, destacou o diretor.