Dados da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo também mostraram que a importação do alimento deve diminuir 32% neste ano
Um dos pratos típicos do almoço no Domingo de Páscoa é o bacalhau. Mas este ano boa parte dos brasileiros estão buscando alternativas com outros tipos de peixes para substituir o tradicional “Gadus” – considerado como o verdadeiro, original. Um levantamento da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), mostrou que o preço da importação do bacalhau subiu 86% comparado ao mesmo período de 2022. A importação deve chegar a 32% a menos que o ano passado.
Com o aumento no preço do principal alimento da semana santa, as famílias brasileiras estão se organizando para consumir outros tipos de peixes e usam a criatividade para adaptar o cardápio. Os peixes mais procurados para substituir são apirapema, merluza, piraúna ou peixes de água doce, como o pintado surubim e o pirarucu.
Segundo Fábio Pizzamiglio, da Efficienza Negócios Internacionais a alta dos preços do bacalhau se deu por conta de escassez do produto, o aumento do dólar e a pandemia que afetou o setor de pesca e a logística de importação, principalmente o bacalhau da Noruega e países vizinhos. “Além do aumento no preço do bacalhau, os brasileiros também estão enfrentando alta nos preços de outros ingredientes como ovos, o que tem levado as famílias a buscar alternativas mais acessíveis para o almoço de Páscoa”, comenta Fábio Pizzamiglio da Efficienza Negócios Internacionais.”
O quilo do bacalhau pode variar muito de uma região para outra, segundo pesquisa do Mercado Mineiro, em Belo Horizonte, O bacalhau tipo cod foi de R$ 152,68 para R$ 171,57 (12,37%). O bacalhau tipo porto imperial, dos R$ 177,88 para R$ 196,43 (10,43%). E o bacalhau tipo saithe, dos R$ 78,83 para R$ 83,32 (5,7%). Das opções mais “em conta”, o quilo da tainha, que custava em média R$ 25,90, subiu para R$ 39,90, com aumento de 28%. O do filé de merluza subiu de R$ 26,79 para R$ 32,76, alta de 22%.
O Procon de Goiás realizou uma pesquisa de preços com peixes de água salgada, doce e frutos do mar. O levantamento apontou uma variação de até 332% e um aumento médio de 58% em alguns produtos comparados ao ano passado. A maior variação foi entre o bacalhau tipo saithe, que custa de R$ 34,90 a R$ 150,90 – uma diferença de 332% no mesmo produto. Já o famoso “Gadus Morhua” pode ser encontrado entre R$ 99,00 e R$ 239,90 o quilo.
Em São Paulo, o preço do quilo do bacalhau tipo “Gadus Morhua” pode ser encontrado o quilo entre R$ 149,00 a R$ 290,99. O bacalhau tipo saithe chega à sacola do consumidor com uma variação de R$ 26,90 a R$ 81,90. No Rio de Janeiro, o preço do quilo do bacalhau tipo “Gadus Morhua” pode ser encontrado a partir de R$ 132,50 chegando a casa dos R$ 315,90. No tipo saithe a variação é menor ficando entre R$ 28,90 a R$ 75,90 o quilo.
Mesmo buscando alternativas para deixar o almoço mais em conta, os brasileiros ainda sofrem com a alta dos preços de outros ingredientes, como por exemplo, o ovo, a azeitona preta, azeite extra virgem etc. Para Fábio “É claro que podemos ver uma diminuição nos valores, mas enquanto tivermos o dólar alto, e os custos gerais elevados, será complexo manter as tradições desse período”, afirmou o executivo.
No nordeste, um levantamento feito pela Autarquia de Proteção e Defesa do Consumidor da Paraíba (Procon-PB) mostra que o quilo do lombo de bacalhau está custando entre R$ 74,50 e R$ 99,99 em João Pessoa. Segundo dados do Procon em Juazeiro da Bahia, o quilo do bacalhau tipo Saithe varia de R$ 52,90 a R$ 59,90. Do total de entrevistados pela pesquisa feita pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo de Mato Grosso do Sul (Fecomércio), 34,94% dos sul-mato-grossenses informaram que o peixe não pode faltar em suas compras de páscoa para a comemoração.
Sobre a Efficienza
A Efficienza é uma empresa fundada em 1996 com o intuito de prestar serviços de assessoria em comércio internacional. A empresa se destaca como solução integral na área de despacho aduaneiro, logística internacional e assessoria em comércio internacional. A empresa é detentora de 4% do market share de Drawback e isenção no Brasil.
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