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Ações do Manejo Integrado do Fogo têm foco em promover protagonismo das comunidades

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Planejamento de ações reúne o MIF de base comunitária e atividades ligadas à sociobiodiversidade do Cerrado

Lidi Moreira/Governo do Tocantins

A partir da avaliação das ações do Manejo Integrado do Fogo (MIF) realizadas em 2021, o Instituto Natureza do Tocantins (Naturatins) iniciou o planejamento de ações do MIF para 2022 junto à elaboração de projetos relacionados à sociobiodiversidade do Cerrado. Na última semana, a equipe da Diretoria de Biodiversidade e Áreas Protegidas da autarquia visitou São Félix e Mateiros, onde se reuniu com representantes dos municípios e lideranças comunitárias de povoados quilombolas.

Diálogo estabelece mapeio de demandas das comunidades jalapoeiras

Warley Rodrigues, diretor responsável pela execução do MIF no Tocantins, explica que o planejamento de ações engloba tanto o MIF de base comunitária quanto às atividades ligadas à sociobiodiversidade, que são os processos produtivos ligados ao extrativismo realizado por comunidades tradicionais que habitam no bioma.

Esse ano pretendemos focar, em especial, no manejo do fogo de base comunitária, trabalhando mais com as comunidades, dando apoio com as brigadas que temos dentro das Unidades de Conservação”, sinalizou Warley ao destacar que o planejamento do MIF contempla um processo de integração com as comunidades locais das Unidades de Conservação (UCs) e os valores culturais que os comunitários têm nos seus processos produtivos. “Fazemos uma relação com a sociobiodiversidade que é o planejamento para utilização da área, inclusive com utilização do fogo, onde se protege os frutos que são do extrativismo das comunidades como o jatobá, o barú, o caju e o buriti, que assim como o capim dourado, está muito presente nas veredas”, concluiu.

Nos próximos dias, o Naturatins continua as rodadas de conversa para mobilizar as comunidades da região. Conforme a supervisora da Área de Proteção Ambiental (APA) do Jalapão, Rejane Nunes, os encontros serão retomados nesta sexta-feira, 25, e seguem durante o mês de abril. Além da distribuição de cartazes e contatos telefônicos, o chamamento conta com o apoio da rádio comunitária local. “As oficinas participativas têm o objetivo de dialogar e fortalecer as relações entre a gestão do órgão ambiental com as comunidades para pactuar as atividades do calendário do Manejo Integrado do Fogo. Cada comunidade tem um calendário de queima e uma forma de manejo diferente. Então é muito importante os comunitários se verem representados no calendário comum para poder cumprir o planejado”, indicou a supervisora.

Encontros

Djalma Siqueira, gerente do Monumento Natural de Cânions e Corredeiras do Rio Sono (Monacc), destacou a importância das reuniões para o planejamento do período de estiagem. “Precisamos de investimentos e apoios na gestão do fogo para proteção de nossas Unidades de Conservação. Esse período que se avizinha é desafiador. Por isso, devemos somar forças e planejamento para o enfrentamento conjunto”, pontuou.

Luzia Passos é presidente de associação comunitária de extrativistas e artesãs do Povoado Prata (Fotos: Fernando Alves)

No mesmo sentido, João Miranda, secretário de Turismo e Meio Ambiente de São Félix, destacou o que chama de cultura do fogo, que é muito forte na região pelo fato de os produtores usarem o fogo para fazer com que os capins para alimentação de bovinos rebrote. “Nosso Jalapão é complexo. E este ano tivemos uma alta incidência pluviométrica, passamos dos limites mensais desde outubro. Nossa matéria orgânica, nosso combustível, é bem maior que nos anos anteriores. Com isso, precisamos nos planejar para enfrentarmos esse período seco que se inicia a partir do mês de maio”, destacou o secretário que reforçou a necessidade de os entes públicos serem parceiros para o enfrentamento estratégico dos incêndios florestais e queimadas ilegais.

Sobre o MIF

A prática do MIF, que tem avançado no Tocantins, é uma técnica que considera aspectos culturais e históricos sobre o uso do fogo; e técnicos, por meio de ações de prevenção, preparação, combate, restauração florestal, uso de queimadas prescritas e ainda a ecologia do fogo, com o objetivo de proteger áreas de vegetação sensíveis, como mata ciliar, fragmentando e reduzindo o acúmulo de material combustível, criando mosaicos de vegetação com diferentes estágios de regeneração pós-fogo.

O MIF de base comunitária promove a efetiva participação das comunidades locais no planejamento e implementação de queimas controladas conjuntas, além de promover a responsabilidade e o protagonismo das comunidades residentes nas UCs e seu entorno na tomada de decisão sobre o uso do fogo, visando minimizar a ocorrência e a extensão de incêndios.