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Maranhão apresenta projeto Pages como referência de justiça climática na Conferência do Clima

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(Foto: Divulgação)

Projeto integra agricultura familiar, sociobiodiversidade e protagonismo indígena em 37 municípios da Amazônia Maranhense

 O Governo do Maranhão apresentou nesta sexta-feira (14), durante a Conferência do Clima (COP30), resultados do Projeto Amazônico de Gestão Sustentável (PAGES) — iniciativa que une combate à pobreza, geração de renda e preservação florestal em 37 municípios da Amazônia Legal. Executado pela Secretaria de Estado da Agricultura Familiar do Maranhão (SAF-MA) e financiado pelo Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (FIDA), com recursos de cooperação alemã, o projeto foi descrito como uma das experiências mais robustas de integração entre comunidades tradicionais, governo e organismos internacionais. O projeto atende 20 mil famílias — cerca de 80 mil pessoas — com participação obrigatória de 50% de mulheres, 25% de jovens e 12,5% de comunidades tradicionais. A execução inclui três escritórios regionais (Santa Inês, Maracaçumé e Açailândia) e forte presença em Terras Indígenas como Caru, Rio Pindaré, Alto Turiaçu e Arariboia. Para Bira do Pindaré, secretário de Estado da Agricultura Familiar, o grande mérito do PAGES é construir uma estratégia que concilia vida e floresta. “Não adianta mais simplesmente dizer a um indígena, a um quilombola ou a uma quebradeira de coco que é preciso preservar. Todos já sabem disso. O desafio é construir uma estratégia real de convivência entre homens, mulheres e a floresta. E o Governo do Estado tem constante compromisso com isso, por isso, hoje, executamos o PAGES e vários outros projetos com o mesmo propósito”, afirmou. Protagonismo indígenaA Secretaria Adjunta dos Povos Indígenas, representada por Rosilene Guajajara, reforçou que o PAGES tem ampliado iniciativas já existentes nos territórios, como as ações dos Guardiões da Floresta, das Guerreiras da Floresta e dos brigadistas. “O PAGES fortalece quem já protege, quem já refloresta, quem já recupera suas áreas. É tudo aquilo que nossos povos fazem, mas com mais apoio, mais estrutura e mais segurança para continuar”, afirmou. Ela destacou ainda o impacto direto sobre as artesãs indígenas, que agora vislumbram a criação de uma loja de artesanato, e sobre os projetos de transformação de casas de farinha em unidades produtivas maiores. Para Maristela Baioni, representante-residente assistente do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) no Brasil, o PAGES é uma boa prática que a COP30 deve observar e replicar.
“O projeto tem a capacidade de reunir academia, governo, doadores e comunidades tradicionais, resgatando saberes e respeitando modos de vida enquanto garante renda. É inovador e merece ser referência internacional”, disse Baioni.O PNUD atua como parceiro técnico, fortalecendo metodologias, monitoramento e avaliação. Convergência institucionalA participação da Universidade Estadual do Maranhão (Uema), representada pelo vice-reitor Paulo Henrique Aragão Catunda, reforçou a importância do projeto como instrumento de justiça climática. Ele destacou que recuperação ambiental e segurança alimentar caminham juntas. “Quando recuperamos uma área degradada, a fauna volta, a caça volta, a alimentação retorna para as famílias. Isso também é segurança alimentar”, afirmou.

(Por Socorro Ramalho)