Em avanço histórico, estado identificou bovinos com dois brincos, sendo um visual e outro eletrônico, celebrando novo tempo de pecuária verde
Por Nathalia Lima (ADEPARÁ)
O Estado do Pará inaugurou um novo tempo na pecuária no país, nesta quarta-feira (11), com a primeira identificação individual bovina, realizada no município de Xinguara, na região de Integração do Rio Araguaia. O governador do Pará, Helder Barbalho, e a vice-governadora Hana Ghassan, aplicaram os elementos oficiais de identificação nos animais.
Xinguara, município escolhido para o evento, possui rebanho de mais de 500 mil cabeças de gado e três frigoríficos com selo de inspeção federal, que os habilita a abastecer mercados nacionais e internacionais.
O processo, popularmente conhecido como “brincagem”, é fundamental para o monitoramento do rebanho e uma importante ação de prevenção contra doenças que podem afetar o status sanitário do estado. o processo funciona da seguinte forma: todo animal bovino ou bubalino que nasce no estado deve ser identificado com dois brincos, um para cada orelha.
A iniciativa faz parte do Programa de Integridade e Desenvolvimento da Pecuária do Pará no âmbito do Sistema de Rastreabilidade Bovídea Individual do Pará (SRBIPA), que vai identificar individualmente os animais em trânsito até dezembro de 2025 e todo rebanho bovino e bubalino do Estado até dezembro de 2026.
“Hoje, representa o marco histórico na caminhada para a produção sustentável do Pará, buscando garantir integridade para a cadeia da pecuária bovina e bubalina em nosso Estado. E para isto, o processo de integridade de cadeia parte para que nós possamos fazer rastreabilidade individual de todos os animais, sejam búfalos ou gado no nosso estado até dezembro de 2026. Todos estando ‘brincados’, ‘chipados’, para que nós possamos garantir a transparência produtiva, possamos garantir com que a indústria da carne, os abatedouros, os frigoríficos, possam saber a origem deste animal, do nascimento até o abate”, destacou o governador do Estado, Helder Barbalho.
A Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Pará (Adepará) também vai credenciar Operadores de Rastreabilidade (OPR) para compor o SRBIPA. Os OPRs serão devidamente cadastrados e habilitados dentro do SRBIPA, com objetivo de assegurar o manejo adequado e garantir a qualidade da identificação individual dos animais. Os técnicos da Agência de Defesa vão orientar os produtores quanto às boas práticas de identificação animal, fiscalizar o cumprimento da portaria, para assegurar o manejo adequado e garantir a qualidade da identificação individual de bovinos e bubalinos, tornando um novo tempo para a produção pecuária no Estado, buscando novos mercados e aumentando a oferta de emprego e renda nas regiões. Ainda no evento, o governador também entregou benefícios para produtores rurais no valor de R$ 20,6 mil no âmbito do projeto-piloto de pagamento por serviços ambientais (PSA) “Valoriza Territórios Sustentáveis” e fez a entrega de certificados dos operadores da rastreabilidade. São veterinários, zootecnistas, técnicos agropecuários, treinados pela Adepará e agora estão habilitados para atuar no mercado de trabalho auxiliando o produtor rural na identificação individual de bovinos e bubalinos.
A Adepará vai credenciar Operadores de Rastreabilidade (OPR) para compor o SRBIPA. Os OPRs serão devidamente cadastrados e habilitados dentro do SRBIPA, para assegurar o manejo adequado e garantir a qualidade da identificação individual dos animais, fazendo a distribuição dos números dos elementos de identificação individual e fiscalizando a execução do SRBIPA, bem como recomendar o descredenciamento de entidades credenciadas que descumprirem as normas, podendo, a qualquer momento, e conforme os critérios técnicos, assumir a execução total ou parcial do SRBIPA.
Foto: Bruno Cruz / Agência ParáElementos de identificação individual – Os elementos oficiais de identificação são um conjunto duplo, uma de identificação visual, de cor amarela, e um botão eletrônico, na cor azul, e seus respectivos pinos fixadores. Ambos possuem especificações próprias, como o símbolo do mapa do Pará e a sigla SRBIPA. Eles deverão ser aplicados individualmente, um em cada orelha dos animais. Os objetos devem ser fabricados conforme o Comitê Internacional para Registros de Animais (ICAR), contendo a numeração oficial e seguindo o padrão ISO Brasil 076.
Funcionamento do SRBIPA – A rastreabilidade será executada em parceria pela ADEPARÁ, empresas credenciadas, ONGs, produtores rurais e entidades e instituições do agronegócio paraense. A Adepará vai controlar a distribuição dos números dos elementos de identificação individual e fiscalizar a execução do SRBIPA, bem como recomendar o descredenciamento de entidades credenciadas que descumprirem as normas, podendo, a qualquer momento, e de acordo com critérios técnicos, assumir a execução total ou parcial do SRBIPA.