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ANÁLISE DO ESPECIALISTA GRÃO DIRETO – 02/09/2024

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SOJA

COMO O MERCADO SE COMPORTOU?
Derivados puxaram os grãos. As vendas de farelo e óleo de soja
aumentaram significativamente nesta semana, favorecendo o
comportamento dos grãos.
Exportações norte-americanas. As vendas de soja da safra 2024/25
aumentaram significativamente, em relação às últimas semanas. O
principal destino tem sido a China.
Dólar em alta. A economia norte-americana ainda está gerando dúvida no
mercado sobre o início da redução das taxas de juros. Com uma economia
ainda forte, a instituição pode ser mais moderada na hora de reduzir as
taxas de juros.
Em Chicago, o contrato de soja para setembro de 2024 encerrou a U$9,81
o bushel (+3,05%). No mercado físico brasileiro tivemos movimentos com
predominância de alta, impulsionado pelo dólar subindo 2,92%, para
R$5,64.. O contrato com vencimento em março de 2025 também fechou
em alta 2,28%, fechando a U$10,30 o bushel.

O QUE ESPERAR DO MERCADO?
Exportações norte-americanas. O ano-safra norte-americano, encerrado
em 31 de agosto, registrou uma queda de mais de 15% no volume total de
exportações em comparação com o ano-safra anterior, conforme dados do
USDA. Para o ciclo de comercialização 2024/25, as vendas acumuladas de
soja correspondem a 20,5% da meta projetada pelo USDA, em contraste
com a média de 26,5% dos últimos cinco anos. Para alcançar a previsão do

USDA, as vendas semanais precisarão atingir uma média de 740.000
toneladas.
Produção x Estoque no Brasil. De acordo com a Conab, diante de um
consumo crescente e uma produção menor, o Brasil deve finalizar o ano
com um dos menores estoques finais dos últimos anos. A previsão é que o
país exporte 92,4 milhões de toneladas e registre um consumo interno de
55,9 milhões, somando 148,3 milhões de toneladas consumidas. Isso
deixaria o Brasil com pouco mais de 3 milhões de toneladas em estoque
no final do ano. Esse cenário poderá trazer oportunidades para o Brasil,
principalmente nos últimos meses do ano, onde poderá haver uma
valorização do prêmio, caso a demanda continue aquecida. No entanto,
para que isso se concretize, será necessário um escoamento limitado dos
Estados Unidos, que até o momento está previsto para colher a maior safra
da história.
Análise Gráfica. Na semana anterior, o contrato de novembro de soja em
Chicago registrou uma alta de quase 3%, fechando em US$ 10,00 por
bushel, um nível técnico crucial para os próximos dias. Se o preço se
mantiver acima desse patamar, pode ocorrer um “respiro” após semanas
de forte pressão vendedora. Os especuladores aumentaram suas posições
de venda, com saldo negativo de -184,3K. A manutenção do preço acima
de US$ 10,00 pode forçar a liquidação dessas posições, elevando o preço,
enquanto uma queda pode retestar mínimas recentes, criando incertezas
para os produtores americanos.

Regiões de atenção. Considerando uma tendência de alta, as regiões de
US$10,15, US$10,30 e US$10,45 podem atuar como resistência e segurar o
movimento de alta em direção aos US$10.80, que seria um patamar
interessante para o preço voltar a testar. Por outro lado, as regiões de
queda são US$9,72, e US$9,60. Caso ocorra a perda das regiões
comentadas, poderemos ver o preço a caminho de um teste da região dos

US$9.25 (região relevante tecnicamente, onde foi negociado pela última
vez em agosto de 2020.)

MILHO

COMO O MERCADO SE COMPORTOU NA ÚLTIMA SEMANA?
Milho Argentino. De acordo com a Bolsa de Cereais de Buenos Aires, o
plantio de milho argentino da safra 2024/25 deve cair 17% em meio a
temores com a cigarrinha.
Exportações brasileiras. O dólar mais forte, melhorou o ritmo de
exportações durante a semana, mas ainda assim, o programa de
exportação brasileiro segue em ritmo lento
Conflito entre Rússia x Ucrânia. A Rússia fez o maior ataque aéreo à
Ucrânia desde o início da guerra, gerando mais incertezas sobre o
potencial de escoamento do milho e trigo ucaraniano.
As cotações de Chicago finalizaram a semana cotadas a U$3,78 o bushel
(+2,72%), para o contrato com vencimento em setembro/24. No Brasil, na
B3, o milho subiu 2,56%, fechando a semana a R$61,77. Apesar da alta
nas cotações, o movimento positivo não foi efetivamente presenciado no
mercado físico.
O QUE ESPERAR DO MERCADO?
Produção x Estoque no Brasil. Segundo a Conab, com o aumento do
consumo e uma produção menor, o Brasil deve encerrar o ano com um
dos menores estoques finais dos últimos tempos. A previsão é que o país
exporte 36 milhões de toneladas e registre um consumo interno de 84,2
milhões, totalizando 120,2 milhões de toneladas consumidas. Com isso, o
estoque final seria de quase 5 milhões de toneladas. Esse cenário pode

criar oportunidades para o Brasil, especialmente nos últimos meses do
ano, quando a demanda internacional pode se intensificar. No entanto, a
supersafra norte-americana pode aumentar a concorrência para o cereal
brasileiro.
O que esperar para o mês de setembro? Com o término da colheita em
praticamente todo o Brasil, a pressão de oferta nas cotações do milho
brasileiro devem acabar. Isso pode abrir espaço para elevações nos preços,
caso haja um aumento significativo na demanda internacional. O mês de
setembro do ano passado, foi o segundo melhor mês da história, no
quesito exportação, com cerca de 8,75 milhões de toneladas exportadas.
Se esse volume for alcançado novamente este ano, poderá gerar boas
oportunidades para os produtores brasileiros, que ainda estão resistentes
em vender.
Análise Gráfica. Com base no contrato novembro do milho cotado em
Chicago, tivemos uma breve recuperação na semana anterior, com a
commodity voltando acima dos US$4,00 o bushel. Para que tenhamos
uma continuação no movimento de recuperação, é necessário que o preço
consiga se manter acima dos US$4,00 por bushel durante o decorrer dos
próximos dias.

Regiões de atenção. Considerando uma tendência de alta, as regiões de
US$4,12 e US$4,25 são relevantes, e podem segurar o preço. Caso consiga
superar as regiões comentadas, poderemos ver uma recuperação mais
concreta do milho em Chicago. Por outro lado, caso venha a testar os
US$3,90 novamente e perca as mínimas na região dos US$3,85 podemos
considerar um possível retorno até patamares de US$3,50 no decorrer das
próximas semanas. No geral, o milho teve bastante volatilidade em sua
longa tendência de queda e seria “saudável” para o mercado pensar em
uma estabilização acima dos US$4,00 e quem sabe em breve um
movimento de recuperação.

Ana Paula Cherin
Branding
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