Indústria da Suplementação Mineral reúne profissionais no Centro Oeste, atesta o fim de mais um ciclo pecuário e aguarda recuperação em 2024 com boas pastagens e nutrição adequada Sim, existe o ciclo pecuário, em qualquer país produtor do planeta. No Brasil, o fundo do poço já chegou e agora é hora de acelerar a recria com pastagem de qualidade e engordar com suplementação. Investir para comercializar bem a carne bovina ao longo de 2024 e em 2025. A receita surgiu durante mais um encontro promovido pela Associação Brasileira das Indústrias de Suplementos Minerais (ASBRAM), no fim de outubro, em Campo Grande (MS), reunindo as empresas do segmento, produtores e pesquisadores. “A situação da nossa pecuária está melhorando, mas ainda longe do panorama ideal. Porém, o avanço da integração com as lavouras é considerável, aumentou a produtividade e os grãos no campo. O que resultou em mais fertilidade, melhora dos teores de carbono, infiltração de água e as propriedades biológicas do solo. Pois surgiu uma nova etapa. Vamos entrar nos solos arenosos, com a agricultura de baixo carbono ligada à concessão do crédito aos investimentos em atividades silvipastoris”, adiantou o professor Manoel Cláudio Motta Macedo, Engenheiro Agrônomo e pesquisador da Embrapa Pecuária de Corte, que trabalha com pastagens há mais de quarenta anos. Visão semelhante a de outro especialista presente na reunião, o Zootecnista e Líder de Inteligência de Mercado da Scot Consultoria, Felipe Fabri, que reconhece 2023como um ano desafiador, com os grãos pressionados nos preços, uma China pagando menos pela carne brasileira e o câmbio abaixo de cinco reais, que diminuiu sensivelmente a margem da indústria. “Mesmo assim, houve oportunidades para o pecuarista. A reposição ficou mais barata e os insumos tiveram queda sensível nos valores. Quem olhou sabiamente para os custos, conseguiu margens. O vital é que o produtor entenda que planejamento é fundamental. Independentemente de política, economia, conjuntura, possíveis catástrofes. Cada fase do mercado pecuário permite diferentes oportunidades e estratégias. A alta expressiva no preço do boi só deve ocorrer em 2024 e 2025. Logo, daqui para frente, é acelerar a recria e fazer engorda com suplementação. Engordar o mais rápido possível. No período das águas a forragem de qualidade é essencial. Assim como a taxa de lotação. O preço do boi deve se sustentar porque o fim do ano é movimentado, há festas, 13º salário, taxa de desemprego mais baixa em oito anos e o gado confinado ofertando menos. Mais a frente, é acompanhar o mercado, estar sempre um passo à frente, atenção total aos custos. Afinal, gastos têm ligação direta com fatores como o preço do petróleo, insumos e todos os efeitos consequentes de guerras e instabilidade geopolítica internacional severa, como hoje em dia”, aconselhou Felipe Fabri. Outro analista tarimbado que recomendou planejamento é Ivan Wedekin, ex-Secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura. “O ciclo pecuário existe e, aliás, é bastante previsível. Basta examinar com profundidade. O limite de baixa ficou claro em 2023 e a transição vem agora, em 2024. O criador precisa ter um olhar de investidor. A pecuária bovina é pouco intensiva em insumos modernos. Isso precisa mudar. E rápido. A Avicultura já assumiu a ponta da corrida pelo consumo das proteínas e a carne de porco valorizou demais desde a pandemia”, alertou. Foi justamente para reforçar as mensagens técnicas que garantem eficiência, produtividade crescente e boa comercialização que a Asbram levou novamente sua tradicional reunião para o Centro Oeste. Depois de Goiânia, foi a vez da capitalsul-mato-grossense. “Nosso objetivo é prestigiar as empresas associadas da região, estar mais próximo delas. Discutindo a estratégia das companhias, analisando os dados econômicos do nosso setor, reforçando a assistência que já fazemos, com um exército de quinze mil profissionais no campo, que orienta como usar o suplemento de forma adequada. Deixando claro e provando que pastagem de qualidade e suplemento mineral têm tudo a ver”, justificou Juliano Sabella, Presidente da Asbram. A entidade representa, atualmente, 70% do mercado de suplementos minerais, com 85 empresas associadas. Se tudo o que é produzido fosse comercializado no Brasil, e fornecido de forma correta e na dose adequada, daria para suplementar apenas a metade do rebanho do país. “A estratégia é aumentar o número de associados e a nossa representatividade. E esclarecer á cadeia produtiva inteira que suplementação mineral é uma tecnologia barata, de custo benefício comprovado”, reforçou Juliano Sabella. Um conceito que vem ganhando adeptos na entidade e no mercado. “Não existe agricultura sem investimento. E a Pecuária sem investimento vai morrer porque ela sofre bastante pressão. Bezerro caro vai ser sempre bezerro caro. Quando for assim, o criador deve olhar mais para a estrutura que envolve sua produção. Com destaque total para a forragem. A carne é um alimento nobre e eu tenho muito orgulho de ajudar a produzir esse alimento”, referendou o zootecnista, produtor rural e empresário Marcio Alves Roberto, integrante de uma família de seis gerações de agropecuaristas, em Mato Grosso do Sul, e fundador da Zoomix, associada da Asbram. Grande parte dessa moderna atuação profissional vai ser reforçada pelo tradicional evento organizado pela Associação, o Simpósio Nacional das Indústrias de Suplementos Minerais, nos dias 23 e 24 de novembro, em Campinas (SP). Momento vivido a cada dois anos para debater o painel de comercialização dos suplementos minerais e da economia brasileira. Em nove meses deste ano, o setor comercializou 1,8milhão de toneladas e espera fechar 2023 com 2,31 milhões de toneladas transacionadas, o que significará uma contração de 5,5% na comparação com 2022.“Esse desempenho deve ser visto com prudência porque é um ano muito turbulento. Houve troca de presidentes no Brasil, a economia mundial vive sob o peso de uma guerra na Europa, entre Rússia e Ucrânia, e outra no Oriente Médio, envolvendo Israel e o grupo terrorista Hamas. Sem falar que a economia mundial está crescendo menos, por conta da Europa e dos Estados Unidos. Já o Brasil deve crescer bem, num avanço de 2,2%, mas totalmente baseado no Agronegócio e com um perigo latente de gastos públicos excessivos, reconhecido até pelo presidente do país. Sem falar em outras dúvidas. O crescimento chinês, o preço do barril do petróleo e o desempenho da economia norte-americana”, avaliou Felippe Serigati, professor da Fundação Getúlio Vargas e responsável pelo Painel de Mercado da Asbram. O simpósio vai traçar um panorama da economia nacional e internacional, debater o panorama do segmento de nutrição animal, detalhar o trabalho desempenhado pela Asbram para diminuir os impostos cobrados nas atividades do setor, como no caso do PIS -COFINS dos suplementos minerais para os bovinos, e falar do consumo de carne como comportamento indispensável para a manutenção da saúde da população. “A Asbram é um projeto de longo prazo. Tanto que sempre efetivamos como presidente da entidade o vice-presidente da gestão anterior. Assim, o colega Fernando Cardoso vai assumir o comando da próxima gestão, porém vamos permanecer com nossos objetivos principais, de divulgar os benefícios da suplementação mineral e de como usá-la corretamente. Melhorando a performance do Boi Brasil, sempre de olho em beneficiar o pecuarista e o consumidor final de carne e leite”, sacramentou Juliano Sabella. “Nosso Simpósio já tratou de recuperação do planeta e agora vai debater temas também importantes, como a atividade pecuária em um ambiente sustentável e totalmente recuperável. E como carne e leite são alimentos saudáveis. O Brasil produz bastante e pode investir na atividade, integrando-se cada vez mais no comércio internacional, principalmente nas regiões onde as populações crescem bastante, como é o caso do continente asiático”, sintetizou Elizabeth Chagas, Vice-Presidente Executiva da Asbram. |
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